Candidato Carlos Ubaldo

BE

Carlos Ubaldo

Apresente o concelho em 10 palavras.

“Caldas de arte, natureza, educação, cultura, proximidade, diversidade, inovação, igualdade, bem-estar, esperança.”

Se for eleito(a) quais as principais prioridades?

A nossa candidatura tem quatro grandes prioridades que resultam diretamente dos eixos centrais do programa do Bloco para as Caldas da Rainha. Em primeiro lugar, serviços públicos de proximidade, começando pela educação, com creches municipais acessíveis, escolas energeticamente eficientes e equipas multidisciplinares de apoio aos alunos. Na saúde, defendemos o reforço do hospital, a criação de gabinetes de apoio psicológico e programas de transporte solidário para garantir que ninguém fica sem cuidados. Em segundo lugar, a habitação acessível: propomos um parque municipal para jovens e famílias vulneráveis, arrendamento a custos controlados para estudantes e reabilitação de edifícios devolutos, garantindo ainda resposta habitacional a vítimas de violência doméstica. O terceiro eixo é o ambiente e sustentabilidade. Queremos proteger a Lagoa de Óbidos, apostar na adaptação às alterações climáticas, expandir ciclovias e transportes elétricos, instalar painéis solares e criar políticas de economia circular que combatam o desperdício. Por fim, a democracia local e transparência, com assembleias de cidadãos, orçamentos participativos inclusivos e transmissão online das reuniões municipais. Estas prioridades são claras: cuidar das pessoas, defender o ambiente e garantir uma cidade mais justa, participativa e sustentável.

Para quem é que não quer mesmo perder?

Não podemos perder para aqueles que não respeitam a democracia, que fazem da mentira e da manipulação ferramentas políticas, que tentam dividir para governar. Há quem queira travar o tempo, recuperar soluções do passado, desajustadas aos desafios do presente e do futuro. Essa visão passadista não oferece respostas à crise da habitação, à emergência climática ou à necessidade de serviços públicos fortes. Mais cedo ou mais tarde, a verdade impõe-se sempre à mentira. O que hoje se procura esconder ou distorcer acaba por vir ao de cima. O Portugal de Abril, conquistado com coragem, liberdade e justiça social, não pode ser hipotecado em nome de interesses mesquinhos ou de projetos autoritários. A nossa luta é para que a democracia se aprofunde, para que ninguém fique para trás, e para que as conquistas de Abril se projetem nas gerações futuras.

A construção do novo hospital do Oeste nas Caldas da Rainha?

A questão da localização do novo Hospital do Oeste, quando colocada isoladamente, tem servido apenas para arrastar o problema e dividir a região. A saúde pública não pode ser reduzida a uma disputa de territórios ou interesses locais: o que está em causa é o direito das populações a cuidados de saúde de qualidade, integrados no Serviço Nacional de Saúde. Ao centrar o debate no “onde” em vez do “como” e do “quando”, adia-se indefinidamente uma decisão que já tarda. O resultado é sempre o mesmo: prejuízo para os cidadãos, que continuam sem respostas adequadas às suas necessidades, enfrentando hospitais sobrecarregados, carência de profissionais e falhas de acessibilidade. O Estado central tem de assumir com clareza e rapidez este compromisso: construir o novo hospital, garantir acessibilidades e integrar esta infraestrutura numa lógica de rede, reforçando também os hospitais já existentes. Tudo o resto é colocar autarquias contra autarquias, alimentar rivalidades estéreis e perpetuar a ausência de soluções concretas. Não se trata de um capricho local, mas de uma necessidade estrutural do país. O Oeste precisa do hospital, e precisa dele já. Cada atraso é um atentado à saúde e ao bem-estar das populações que servirá.

O que não suporta no seu município?

O que mais me custa no nosso município é a inação política que perpetua problemas que já deviam ter solução. Continuamos sem uma rede de mobilidade suave eficaz, com ciclovias urbanas seguras e integradas, que permitam às pessoas circular de bicicleta sem riscos e sem depender do automóvel. Esta ausência de visão trava uma cidade mais saudável, acessível e sustentável. Do mesmo modo, falta-nos um verdadeiro cuidado com o espaço público: ruas, praças e equipamentos que deveriam ser lugares de encontro e de vida comunitária encontram-se muitas vezes degradados ou subaproveitados. E é inaceitável o arrastar sem fim de situações emblemáticas, como os Pavilhões do Parque D. Carlos I ou o Centro da Juventude. Estruturas com enorme potencial cultural e social que permanecem abandonadas à espera de decisões que nunca chegam. Essa incapacidade de agir não apenas fere a memória coletiva, como empobrece o presente e compromete o futuro da cidade.

Descreva um dia perfeito sem sair das fronteiras concelhias...

Um dia perfeito nas Caldas da Rainha começa cedo, com a possibilidade rara de escolher entre uma caminhada pela serra ou um mergulho no mar — em poucos minutos passamos do verde do campo ao azul da praia. O concelho tem esta vantagem única: a proximidade de paisagens diversas que nos permitem, sem sair das suas fronteiras, viver experiências contrastantes e complementares. A meio do dia, é possível desfrutar de um almoço com produtos frescos da região, vindos diretamente dos mercados locais, celebrando a riqueza agrícola e gastronómica que nos caracteriza. À tarde, um passeio no Parque D. Carlos I ou uma visita a um dos nossos espaços culturais reforça o orgulho em pertencer a um concelho com tanta história e criatividade. E, para terminar com um sorriso, acrescento uma pitada de ironia: um dia perfeito seria também aquele em que não tivesse de responder a perguntas destas…

Conte-nos algo sobre si que poucas pessoas saibam...

Tenho um talento escondido para bricolage sem ler instruções. Infelizmente, não é uma competência muito valorizada em campanhas eleitorais.